O primeiro fim de semana gay que rolou em Fernando de Noronha ano passado, em agosto, deu tão certo que os organizadores resolver fazer uma segunda edição do evento, agora em junho. A programação do fim de semana vai contar com duas festas, uma na sexta-feira, no bar do Cachorro, e outra no sábado, uma Rave Alien (eike delícia) na absurda praia da Conceição.
A programação diurna conta com passeio de barco, festival gastronônico, Ihatour e afins. Quem promove o fim de semana é a Empetur, a super inclusiva empresa oficial de turismo do Estado de Pernambuco, o governo do Estado, a boate Metrópole e as empresas da Ilha Tucá Noronha e Atalaia Noronha. Na próxima semana a gente conta aqui como fazpara reservar seu pacote, quanto custa e tais. Ok?
O Mix Brasil esteve na primeira edição do evento e saiu boquiaberto. Neste ano, deve ir ainda mais gente. Veja o texto abaixo do editor.
Fernando de Noronha gay friendly
Como fazer um evento turístico gay? Contrate DJs famosos do Brasil (se der um gringo, melhor ainda); garanta um casting de homens bonitos e solteiros, cobre caro, garanta exclusão dos moradores da cidade e, em especial, aposte na loucurama toda. Assim é no Brasil e no mundo. Mas nem sempre a fórmula funciona ou combina com um destino. O primeiro fim de semana gay de Fernando de Noronha, que rolou entre os dia 17 e 20 de agosto quebrou essas e outras regras.
Do aeroporto às pousadas, passando pelos restaurantes e bares e até pelos bugues que garantem a movimentação dos turistas, bandeiras do arco-íris foram instadas, uma garantia de que a cidade estava de acordo com iniciativa. Tem mais: a Empetur, empresa oficial de turismo de Pernambuco, deu todo o apoio que poderia ao evento. O mesmo fez a Metrópole, clube importante do Recife e do Nordeste todo que assinou as festas e a promoção do fim de semana. Fernando de Noronha nao precisa de mais turistas. Apenas 400 deles são aceitos de cada vez na ilha, em um controle rígido de entrada e saída. As pousadas e restaurantes vão bem. O evento gay é, portanto, muito mais ideológico que financeiro, e vem dai seu charme. Se não, vejamos: as festas eram abertas e gratuitas aos moradores da ilha; os pacotes e passagens aéreas para os turistas gays foram comercializados abaixo dos preços tradicionais e, além disso, agosto já é alta temporada na ilha.
Dito isso, a pioneira edição do fim de semana gay de Fernando de Noronha deu mais que certo. Os organizadores esperavam vender entre 30 e 100 pacotes. Venderam 150 a um custo médio de 1.3 mil reais cada. O público majoritário veio do Nordeste e Centro-oeste, com grande concentração de casais. Fernando de Noronha é um local muito romântico de fato.
O sucesso desta primeira edicao já animou os organizadores para mais uma ano que vem. Existem planos de ampliar a programação para até 6 dias, com opção para o turista escolher o pacote completo ou opções com quatro dias, ou ainda só o fim de semana. Mas três dias são muito poucos para conhecer e aproveitar tudo o que a ilha tem. E o que tem? As praias mais lindas do Brasil, uma natureza intocada, protegida religiosamente, vida marinha rica e um povo que faz de tudo para agradar os turistas.
Tudo o que se fala sobre as belezas naturais de Fernando de Noronha é a mais pura verdade. É encantador e emocionante. Difícil descrever os tons de azul das águas, os paredões de pedra que formam esculturas para todos os lados e a vida marinha tão visível. É muito confortador saber que esse paríso tão protegido é brasileiro.
O evento em si
Os turistas foram chegando durante a sexta-feira e a noite já rolou um lual no Bar do Cachorro, principal reduto da praia mesmo nome, a mais próxima da Vila dos Remédios, o centro da ilha. Com os pés na areia da praia (vou evitar adjetivos como bela, linda, intocada e afins para você não se cansar). A praia recebeu tochas por todos os lados e DJs que tocavam do tradicional das boates gays à música brasileira. O povo da cidade se misturou bem com os turistas e tudo certo. Festa até amanhecer.
No sábado era dia dos passeios, dos mergulhos, do deslumbre. Choveu em alguns momentos. A noite rolou a Festonna, dedicada a Madonna, mais um vez no Bar do Cachorro, mais uma vez misturando o povo da ilha com os turistas. Os DJs passearam por toda a discografia da Madonna, do pop brega nacional e, por fim, do batidão gay.
Domingo novamente rolaram passeios e mergulhos deliciosos e o povo se arrumou no fim da tarde para se despedir.
Sem culpa
Dois restaurantes são de chorar e esquecer a dieta. O do Zé Maria, figura mais conhecida da ilha, que promove um festival gatronômico às quartas e sábados com produtos fresquinhos retirados do mar. Imagine os camarões mais deliciosos, os peixes mais bem feitos, os doces da cultura local e tudo o mais a vontade. Vá sem culpa. Além dele, às sextas, o restaurante Varanda apresenta seu festival de alta culinária. Uma seqüência sem fim de pratos criados pelo simpático chef Oricoldo. É alta gastronomia usando ingredientes e receitas de Noronha. De comer ajoelhado e agradecer no fim para o chef.
Praias mais lindas
A seqüência de praias Cacimba do Padre, Baia dos Porcos e Praia do Sancho é algo que não tem paralelo nem adjetivos. Fica uma ao lado da outra e são interligadas por trilhas. É ali que ficam os Morros do Dois Irmãos, símbolos de Noronha.
Por conta de suas formações rochosas e recifes, a vida marinha por ali é rica desde o rasinho da praia. Basta colocar a máscara, olhar e um mundo de peixes coloridos vai surgir. Se um pássaro mergulhar do seu lado e sair com um peixe na boca, não de assuste. Se você tiver sorte, golfinhos e tartarugas nadam por ali ao lado da gente.Próximo desta sequência de praias fica o Mirante dos Golfinhos, local para ver um panorama do mar de dentro da ilha. Da para obsevar quase toda a costa da área das praias mais lindas das que ficam no chamado Mar de Dentro. É de chorar.
Saindo dali pela BR, e indo do outro lado da Ilha, aos pés do Mar de Fora, fica O Mirante do Forte de São Pedro, o local certo para observar o por do sol. Tem uma igrejinha ali construída nos idos de 1700 que é linda linda também.
Tem que fazer
Fernando de Noronha visível é só uma pontinha do que se esconde no mar. Eu já mergulhei no Caribe, em Cozumel no México e no Mediterrâneo; e nada chega aos pés da riqueza de Noronha.
Passar uma noite pelos bares da Vila dos Remédios e conhecer os nativos de Noronha, todos muito receptivos e animados; eles amam morar ali e demonstram isso;
Conhecer a Praia do Leão, onde as tartarugas marinhas se alimentam, um monte delas, a praia é linda e rasimha, uma baia na verdade. Só não incomode as tartarugas; be cool;
A ilha toda é meio afrodisíaca, então seria lindo que você tivesse um namorado ou um caso nesses passeios;
Faca um passeio com o Navi, um barco construído na Rússia que tem no fundo uma lente tipo de máscara de mergulho, soh que 70 vezes maior. O passeio mostra o fundo todo da ilha e dá para observar aos peixes, tubarões, corais, golfinhos, naufrágios e toda a vida marinha que circunda a ilha. Eles param na praia do Sancho, considerada a mais bonita do Brasil a segunda mais linda do mundo. Título merecido.Antes de embarcar, biólogos contam como nasceu a ilha e como essa riqueza marinha toda se manteve graças as condições únicas de Noronha;
Nao tenha pressa, seja contamplativo ao visitar as praias, o fundo do mar, os sítios arqueológicos, mas alugue um bugue para se locomover mais rapidamente entre uma praia e outra;
E, conselho que vou dar para todos meus amigos mais queridos e leitores: visite Noronha uma vez na vida. Não é barato mesmo, mas é obrigatório. Junte um dinheiro, programe-se, busque alternativas de pousadas ou aluguel de casas em grupo e se entregue à natureza. Quatro dias é o mínimo para conhecer a ilha; sete o ideal.
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