segunda-feira, 11 de março de 2013

Saiba como ocorre e o que fazer para evitar a temida ginecomastia

Dizer que algum homem está com “peitinho” é algo, muitas vezes, pronunciado em tom de brincadeira. Quem sofre com a comparação com a parte do corpo feminino costuma se isolar, buscando disfarçar o local ou até mesmo ignorando o problema sob pretextos como o de gordura acumulada, por exemplo. Mas a verdade é que o motivo de piada pode esconder, de fato, um problema a ser submetido a tratamento. O inconveniente tem nome e, clinicamente, é chamado de ginecomastia.


Basicamente, a ginecomastia é o crescimento das glândulas mamárias dando o aspecto de seios femininos ao peito do homem. Membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o cirurgião Alderson Luiz Pacheco recebe comumente homens em seu consultório a procura de uma solução para o caso.


“A ginecomastia costuma aparecer em meninos de 13 ou 14 anos como consequência das alterações hormonais da puberdade. Nesses casos, as mamas crescem por períodos de seis meses ou menos, para depois retornar ao tamanho normal”, explica ele, reforçando que outros fatores também podem causar a doença com menor frequência. Entre eles, estão as causas endócrinas, como os tumores testiculares; doenças genéticas, como a síndrome de Klinefelter; hipertiroidismo (10%) associado a adenoma hipofisário e até a acromegalia [síndrome do hormônio do crescimento].


Mais comum entre os jovens da nova geração, o especialista alerta que a ginecomastia também pode ser resultado de outros fatores como o uso indiscriminado de anabolizantes, medicamentos incluindo hormônios, diminuição na produção de testosterona, defeitos no receptor de andrógenos, doença crônica nos rins, doença crônica no fígado, AIDS, e outras doenças crônicas. Entre as consequências, estão desde as mudanças no aspecto físico da região no início da doença até dores muito fortes em estágios mais avançados.


Para detectar a diferença entre a ginecomastia e a gordura localizada, o cirurgião plástico explica que o princípio básico é o aumento no disco glandular da região mamária entre 0,5 e 2 cm. Mas o diagnóstico completo é feito através de uma anamnese, analisando o histórico completo de saúde e de hábitos do paciente, passando pelo básico exame de toque e pela realização de uma ecografia mamária.


Para os casos mais simples, o tratamento pode ser feito a base de remédios. Nos casos que exigem mais atenção, a cirurgia é o mais indicado. “O tipo de procedimento cirúrgico a ser realizado depende do tipo e do grau de ginecomastia que o paciente possui. Atualmente, a lipoaspiração, a remoção da glândula e a mamoplastia redutora são os procedimentos eficazes no tratamento desse tipo de problema”, alerta.


Alderson Pacheco explica que a lipoaspiração é indicada apenas nos casos mais simples, onde existe apenas um pequeno acúmulo de gordura nas mamas. “É feita com anestesia local e possui um tempo de recuperação baixíssimo”. A remoção da glândula é indicada nos casos em que há um aumento anormal da glândula mamária. “Nesses casos, é feito um corte na região areolar para a retirada da glândula. O paciente não deve se preocupar com a cicatriz, pois ela fica inteiramente disfarçada devido à coloração natural dessa região”.


Nos casos mais graves, a solução é a mamoplastia redutora. “Ela é feita apenas nos casos de grau III, onde o problema é mais severo e acomete grande parte do tórax e tem um grande excesso de pele. Nesses casos, a cicatriz é maior, formando uma linha horizontal na mama em questão”. As cirurgias duram entre 40 e 90 minutos.


Qualquer que tenha sido a cirurgia, o especialista indica a necessidade de um repouso pós-operatório e trabalhos que exijam esforço do braço devem ser evitados pelo período de seis a oito semanas. Para quem já passou pela cirurgia ou mesmo pelo tratamento, pode ficar tranquilo, pois as chances da doença voltar são mínimas.


“No homem, normalmente a glândula encontra-se atrofiada, mas por alguns motivos, entre eles o uso de determinados tipos de anabolizantes, esta se desenvolve. A partir do momento em que a glândula é retirada, não tem como ela se desenvolver novamente, já que ela não estará mais presente no corpo”, garante o cirurgião.


Para quem nunca enfrentou o problema, a dica do especialista para reduzir as chances é investir em um programa diário envolvendo aumento no consumo de água, evitando doces, enlatados e carne gorda. “Comer menos e queimar calorias através de exercícios como musculação levam a um déficit calórico e isso irá remover gordura do corpo”.


 


Médico especialista diz como ocorre a ginecomastia e o que fazer para evitá-la


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