Sempre elegante, Alessandra Rosa, ou Alê Rosa, é uma das figuras mais encantadoras da noite paulistana. Hostess dos clubes The Week e The Society, e das festas mais badaladas da cidade, a morena tem cerca de 10 anos de carreira e, hoje, diverte o público gay não só nas portas mas na pista, como integrante da dupla de DJs We Lov.e, ao lado de seu marido Marcio Zanzi.
A bela começou sua carreira na noite como bartender. Alê foi responsável pela sala vip do extinto Lov.e. Já como hostess, passou pelo Vegas Club, Royal, Glória, Cartel, Clash Club, HOTHOT, além de eventos como SPFW e Fashion Rio. Inicialmente, a moça conta que abraçou a carreira de hostess por acaso, já que sonhava em modelar. “Após vir para São Paulo, solteira e querendo abraçar o mundo, comecei a trabalhar como hostess de restaurante e nisso pulei para o bar. A partir daí, as pessoas me chamavam para fazer festas. Comecei no Lov.e, com o fechamento do clube, fui para o Vegas. Naquela época, o César Semensato começou com um projeto na The Week chamado “Baby Club”, às sextas-feiras. O Flávio (Lima, da TW) me viu trabalhando e coincidiu com a Grá Ferreira querendo sair da porta para discotecar. Parece que foi um encaixe perfeito”, relembra ela.
Ela revela que a montação não era uma marca inicial do seu trabalho. “Não era aquela montação absurda, era uma coisa sutil. Eu era de uma pegada dos clubbers e do rock dos anos 1990, era outra história. Não tinha a coisa do brilho, plumas e paetês de hoje. Eu sempre estava de preto”. Mas a noite foi moldando Alê e estilistas famosos começaram a vesti-la. “Na frente de casa tinha um ponto de travesti. Eu descia toda montada, parecendo a rainha de copas da Alice. Elas gritavam: ‘Amiga, arrasou!’. Achava isso engraçado. A coisa da montação faz com que você se divirta”, acredita.
Alê revela que a trajetória na porta dos clubes The Week e The Society garantiram histórias boas, hilárias e algumas trágicas. “De trágica houve uma ou duas. Lembro de uma vez em que um menino pegou uma pulseira da minha gaveta. Eu disse: ‘escuta, você não está na sua casa, meu anjo. Você vai conversar com o chefe da segurança’. Não tem nem que discutir. Entre as engraçadas, sempre tem a pessoa que afirma que está na lista de fulano. E, às vezes, o ‘fulano’ está ao meu lado. Minha reação: ‘É? Que absurdo, chama ele agora!’ E a pessoa do meu lado dando risada. Quem quer dar truque deveria saber, no mínimo, quem são as pessoas importantes na noite”, aconselha.
“Grosseria sempre existe. Mas contanto que a pessoa não me toque, pode ofender à vontade. A partir do momento em que a pessoa começa a pegar no meu braço, chamo a segurança. Prefiro não me indispor com o cliente, porque naquele momento vai ter uma fila com outros 30 que não estão sendo atendidos. Prefiro não perder meu tempo. Afinal, temos um suporte de segurança muito bom”, complementa.
Outro desafio constante da profissão é administrar as enormes filas nas noites mais badaladas dos clubes. “No começo, dava desespero com o tamanho da fila. Parecia que não ia acabar nunca. Com o tempo você se acostuma com o ritmo”. De fato, ela se mantém calma em qualquer situação.
AGORA, DJ
O projeto de discotecagem We Lov.e teve início quando Alê passou a sentir que tinha alcançado seu limite de tempo na porta. “Precisava fazer uma coisa nova. Meu marido tinha um projeto de montar uma dupla de música eletrônica. Eu me ofereci para participar. Desde então, seguimos numa linha que mistura pop, techno, underground. O que não nos limita e permite que estejamos em diferentes festas e eventos”. O projeto está fazendo bastante sucesso nas noites mais descoladas de São Paulo.
Sobre a possibilidade de encerrar sua atuação na entrada dos clubes, Alê Rosa afirma que o momento certo irá chegar. “Gosto muito da porta, tenho um carinho por receber as pessoas. Mas agora tenho um filhinho que é este projeto. Ver um amigo lá embaixo se jogando, rindo, com o olhinho brilhando por causa de uma música que você sabe que ele gosta émuito gratificante. É uma outra magia, uma outra história”.
Moises Pazianotto
Alê, a hostess número 1 de São Paulo se joga para as cabines
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